sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Euro e dólar: uma disputa? Folha 6 UE

O governo dos EUA tenta se apresentar fleumático, e o público norte - americano não parece preocupado com a criação do euro. [...]
O euro será o primeiro rival de verdade que o dólar terá de enfrentar pela condição de primazia absoluta no mercado financeiro mundial desde que ele substituiu a libra esterlina, na década de 1940.
Em nenhum momento nos últimos 60 anos, o marco alemão ou iene japonês chegaram perto de se constituir em ameaça ao dólar.
Nada garante que o euro terá sucesso. Os altos índices de desemprego nos países que o adotarão e as incertezas sobre a capacidade ou o desejo de eles virem a subordinar seus interesses nacionais aos da região são razões para dúvida.
Por outro lado, a "euroland" tem tudo para tornar sua moeda atraente a investidores dispostos a ganhar no mercado europeu.
O risco dos EUA não está apenas na perda de prestígio e influência internacionais. O próprio estilo de vida da população do país poderá ser alterado em poucos anos pelo eventual sucesso do euro. [...]
A força do dólar tem atraído para os EUA vastas quantidades de capital estrangeiro, que vem ajudando a financiar empréstimos a taxas de juros menores no país. [...]
Se o euro for tão confiável quanto o dólar e os investidores resolverem passar pelo menos parte de seu dinheiro para a nova moeda, os efeitos poderão ser: escassez de recursos para financiar os gastos do consumidor norte - americano, elevação das taxas de juros nos EUA e desvalorização do dólar.[...]
A moeda única da UE entrou em circulação no ano de 1999; desde então, diversos eventos foram realizados com o objetivo de promover o euro. Exemplo, um espetáculo de dança apresentado por artistas alemães em frente ao Banco Central Europeu, na cidade de Frankfurt, na Alemanha.
Carlos Eduardo Lins da Silva. In: Folha de S. Paulo, 25/12/1998.

O dólar na economia mundial

Ao término da Segunda Guerra Mundial, os EUA, na condição de grande credor internacional, afirmaram sua hegemonia econômica no mundo. Essa posição, entretanto, já havia se tornado bastante evidente na Conferência de Bretton Woods, realizada e1944 nos EUA. Essa reunião teve por objetivo planejar a estabilização da economia mundial, profundamente abalada pela guerra. Naquela ocasião, o dólar norte-americano estava tão valorizado que se tornou a moeda de referência no mercado internacional, ou seja, o valor das mercadorias comercializadas entre os países passou a ser definido em conforme a cotação dessa moeda no mercado mundial. Nessa conferência nasceram também as duas maiores organizações financeiras mundiais, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento). Essas organizações foram criadas para fornecer ajuda financeira, por meio de empréstimos em dólares, aos países em dificuldades econômicas, como os mais pobres e, sobretudo, os afetados pela guerra. Desde então, esses organismos vêm servindo para consolidar ainda mais a supremacia política e econômica dos EUA no mundo.
Empresa de câmbio (compra e venda de moedas estrangeiras, ou seja, troca entre moedas). Ex. Em Tóquio, no Japão, em agosto de 1999, precisava-se 111,70 ienes (moeda japonesa) para a compra de 1 dólar.

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