sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O bloco econômico japonês ou oriental

A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) é um bloco que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania. Sua formação deveu-se à crescente interdependência das economias da região da Ásia-Pacífico. Foi criada em 1989, inicialmente apenas como um fórum de discussão entre alguns países parceiros econômicos da região do Pacífico, se tornando um bloco econômico apenas em 1993, na Conferência de Seattle, quando os países se comprometeram a transformar o Pacífico numa área de livre comércio.
A APEC é formada por 21 países membros, que são: Austrália; Brunei; Canadá; Chile; China; Cingapura; Coréia do Sul; Estados Unidos da América; Filipinas; Hong Kong; Indonésia; Japão; Malásia; México; Nova Zelândia; Papua-Nova Guiné; Peru; Rússia; Tailândia; Taiwan; Vietnã.
O principal objetivo do bloco é reduzir taxas e barreiras alfandegárias da região Pacífico-asiática, promovendo assim o desenvolvimento da economia da região. Por ser esse o principal objetivo, em 1994, na reunião de Bogor, os países se comprometeram a estabelecer uma zona de livre comércio até 2010, para os países desenvolvidos, e até 2020 para os países subdesenvolvidos. Muitos países já fizeram acordos de redução total ou parcial de tarifas, outros estão em processo de negociação. Em 1995, em Osaka, no Japão, os líderes da APEC adotaram a Agenda de Ação de Osaka, estabelecendo os três pilares das atividades do bloco: a liberação comercial e de investimentos, a facilitação dos negócios; a cooperação econômica e técnica.
A APEC é dividida em quatro grupos ou comitês, cada um responsável por determinada seção. O BMC ( Comitê de Gerenciamento e Orçamento ou Comitê de Orçamento e Gestão).é responsável pelos orçamentos e administração. O CTI (Comitê de Comércio e Investimento), comanda a facilitação e liberalização dos investimentos e do comércio. O EC (Comitê Econômico), conduz pesquisas e discussões que dizem respeito à economia. E o ESC (Comitê de Cooperação Técnica e Econômica), auxilia os líderes dos países membros na administração e coordenação das agendas.
Todos os anos acontecem as seguintes reuniões:
- Reunião dos líderes da APEC: Decidem a agenda política da APEC.
- Reunião dos ministros da APEC: Ocorre logo a seguir da primeira reunião, ministros da economia dos países decidem as atividades econômicas que serão tomadas pelos países.
- Reunião dos ministros setoriais: Especialistas em vários setores se reúnem para aconselhar as medidas que cada país pode tomar em cada setor.
- Reunião dos conselheiros econômicos: Estes conselheiros providenciam a APEC relatórios sobre a sua perspectiva de negócios e fazem recomendações para aumentar os negócios e os investimentos na região da APEC.
A criação da APEC muito contribuiu para o crescimento da região pacífico-asiática. Em sua primeira década de existência, 195 milhões de empregos foram criados, sendo 174 milhões nos países em desenvolvimento. O PIB da região triplicou e o dos países em desenvolvimento cresceu cerca de 74%. Investimentos internacionais aumentaram em 210% em toda a região e em 475% nos países em desenvolvimento. As exportações cresceram 113%, passando para mais de US$ 2.500 bilhões.
A segurança contra o terrorismo e contra doenças infecciosas também aumentou.
Atualmente a APEC engloba um terço da população mundial, ou seja, cerca de 2650 milhões de pessoas; seu PIB é de aproximadamente US$ 19.000 bilhões, 60% do PIB mundial; é responsável por cerca de 47% do comércio mundial, movimentando US$ 2.891 bilhões em exportações e US$ 3.094 bilhões em importações.
A APEC é formada por países muito distintos economicamente, politicamente, socialmente e culturalmente. Temos a maior potência mundial, o Japão e a China lado a lado com diversos países subdesenvolvidos. Para os EUA, a área de livre comércio é muito vantajosa, já que os principais produtos que importa são primários e matéria-prima, e exporta produtos industrializados. Já para os países subdesenvolvidos, a vantagem não é tão grande, já que eles aumentam a exportação, mas continuam dependentes da economia de países desenvolvidos.
Alguns países do leste africano questionam o objetivo da APEC, que acaba atuando como um mecanismo para abrir mercados e aumentar os lucros de países desenvolvidos, sem necessariamente beneficiar o conjunto da região.
Em 9 de setembro de 2005, os ministros das Finanças dos países membros da APEC se reuniram na Coréia e decidiram se unir para combater a alta do petróleo. Em um comunicado conjunto, os 21 membros da organização pediram “investimentos apropriados na produção de petróleo, nas capacidades de refinamento, além da transferência de tecnologia para a economia de energia”. Os ministros das Finanças pediram também uma redução nos sistemas de subsídio dos preços do combustível que mantêm artificialmente baixo o preço da gasolina ao consumidor, causando uma “distorção da demanda”. Vários países asiáticos, incluindo a China e a Indonésia, ainda dispõem de tais sistemas.
A China tem o maior percentual de crescimento entre os países membros da APEC, chegando a 7,8% mesmo com a epidemia de SARS em 2003, e não ficando abaixo de 7% nos anos seguintes. O país é considerado a locomotiva do crescimento de todo o bloco. Depois dela temos a economia do Vietnã e Tailândia, que apresentam crescimentos notórios, seguidos, surpreendentemente, pelos EUA e Japão, países que há muito não apresentavam tão significativo desenvolvimento, tendo o Japão sido considerado o “doente da Ásia”. A explicação para esse crescimento é chamada “economia de conhecimento”. Segundo estudos, quanto maior é o progresso do país nos setores baseados no conhecimento, (informática, comunicações e pesquisa) maiores são seus índices econômicos gerais e mais seguro é seu crescimento. A ciência universitária e corporativa, a compra e venda de informações e propriedade intelectual, a aplicação de conhecimentos na atividade empresarial formam um sistema que foi chamado de “produção de conhecimentos”. E esta é uma produção que, como se torna agora evidente, muda os destinos de países inteiros e promove o desenvolvimento de toda a região. Vale destacar a situação da Rússia perante esse novo sistema, que apresentou um crescimento de 6% e que graças ao seu potencial da “economia do conhecimento” pode depositar esperanças no prosseguimento deste crescimento. Apesar da diferença dos EUA na APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), o Japão vem liderando e ampliando sua área de influência econômica e comercial na região do Pacífico Sul, seguido pelos países denominados “Tigres Asiáticos”. (Coréia do Sul, Hong Kong, Taiwan e Cingapura,). Esses países receberam esse nome devido ao grande crescimento econômico apresentado nos últimos anos.
No período após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos assumiram a liderança econômica e militar na bacia do Pacífico. Investiram muito capital no Japão, Filipinas, Formosa ou Taiwan, Coréia do Sul, Hong Kong e Cingapura. Tratava–se, no ambiente de Guerra Fria, de uma estratégia geopolítica dos EUA para conter uma provável expansão do socialismo na região.
Após sua reconstrução e recuperação econômica, o Japão passou a participar ativamente dos investimentos industriais em muitos países da região, principalmente dos Tigres Asiáticos.
O crescimento e o desenvolvimento da economia japonesa após a Segunda Guerra levaram o país a formar uma grande área de influência regional que abrange vários países do Sudeste Asiático, além da Austrália e da Nova Zelândia. O poderio econômico e tecnológico do Japão se impôs nessas regiões sem que fosse necessário um tratado ou a formação oficial de um bloco econômico para regulamentar as trocas comerciais nesse conjunto de países.
Apesar de os EUA serem, ainda, o principal parceiro comercial do Japão, seguidos da Coréia do Sul e da Alemanha, a presença econômica japonesa na Ásia e Oceania é muito grande. Para se ter uma idéia, o comércio com os países asiáticos, onde se destacam Mianma (antiga Birmânia), Filipinas, Malásia, Indonésia, Tailândia e Cingapura, corresponde a um quarto do total das exportações e importações japonesas.
A intensificação do comércio japonês com a Austrália tem sido realizada a passos largos, sendo atualmente esse país da Oceania seu quarto parceiro comercial. A Austrália importa máquinas, equipamentos elétricos e eletrônicos e outros produtos e exporta principalmente minério de ferro e produtos agrícolas. Para a Austrália, o Japão é o maior mercado externo comprador.
Com relação à China, nota–se uma investida japonesa nas chamadas Zonas Econômicas Especiais (ZEE), onde as empresas possuem privilégios oferecidos pelo Estado.
Em 1979, a China criou quatro zonas econômicas especiais (ZEE), onde é permitido às empresas estrangeiras investir capital e tecnologia, em associação com empresas estatais chinesas, ou até mesmo sem associação. Investindo nas ZEE, as empresas gozam de privilégios oferecidos pelo Estado, como, por exemplo, facilidades na exportação e importação.
Depois de 1984, foram criadas outras zonas para o investimento estrangeiro em quatorze cidades costeiras. Essa abertura tem dinamizado a economia.
Estruturou-se na Ásia e em parte da Oceania uma grande zona de influência exercida pelo Japão, que deseja constituir – se na maior potência econômica já no início do século XXI. Há indícios de que, além de potência econômica, o Japão deseja se tornar uma grande potência militar.
A militarização do Japão – Com o término da Segunda Guerra, 1945, os Estados Unidos impuseram ao Japão uma série de restrições, entre elas a desmilitarização das forças armadas. Pela Constituição, era permitido ao país manter apenas forças de autodefesa. Essa restrição permitiu que o dinheiro a ser investido em tropas, equipamentos, armamentos etc. fosse canalizado para o desenvolvimento econômico. Assim, durante cerca de cinqüenta anos, o Japão desenvolveu – se economicamente sob a proteção militar dos EUA, que mantinham ali uma enorme força militar para contrabalançar a presença das forças soviéticas localizadas a pouca distância, bem defronte ao Mar do Japão.
Nos últimos anos o Japão tem procurado aumentar suas forças militares. Para isso tem despendido 34 bilhões de dólares por ano, quantia que o coloca numa posição de quinto orçamento militar em todo mundo. Segundo avaliações internacionais, o Japão já é a segunda potência militar da região, perdendo apenas para a China.
Abandonando pela primeira vez sua postura no pós–guerra, em 1992 forças militares japonesas integram as tropas da ONU que administraram a paz entre as forças que desencadearam a guerra civil no Camboja. O governo japonês conseguiu aprovar no Parlamento o envio de tropas àquele país, contrariando o texto constitucional. E, por incrível que pareça, isso ocorreu por pressão dos EUA, que antes haviam imposto restrições à existência de forças armadas no Japão do pós – guerra.
Esses fatos têm preocupado não só países vizinhos como também setores da opinião pública japonesa.

Um comentário:

Anônimo disse...

otimo adorei , se possivel vc poderia posta algo sobre parcerias economica do Japão.